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INSS: CPMI autoriza prisão preventiva de Nelson Wilians e quebra de sigilos

Postado 27 set by Claudia França 0 Comentários

INSS: CPMI autoriza prisão preventiva de Nelson Wilians e quebra de sigilos

A comissão parlamentar que está apurando o esquema de fraudes envolvendo o INSS deu um passo decisivo na última segunda‑feira (25/09/2025). Os membros aprovaram a prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues e autorizaram a quebra de seu sigilo bancário e fiscal. A medida aconteceu depois que o advogado compareceu como testemunha e se recusou a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade.

Decisão da CPMI e postura de Nelson Wilians

Durante o depoimento, Wilians respondeu de forma curta às perguntas sobre seu envolvimento: “Reafirmo que não tenho nada a ver com o objeto desta CPMI”. A recusa em firmar o compromisso levantou suspeitas de que ele poderia estar ocultando informações relevantes para a investigação.

Com a votação, a CPMI definiu duas frentes de ação: a medida cautelar de prisão preventiva e o levantamento de documentos financeiros de duas faixas temporais – de janeiro de 2019 a dezembro de 2024, e de setembro de 2020 a setembro de 2025. Essa dupla abordagem visa mapear o fluxo de dinheiro que teria alimentado o esquema de descontos irregulares.

Relações financeiras e suspeitas de fraude

Relações financeiras e suspeitas de fraude

As investigações da Polícia Federal começaram a apontar o nome de Nelson Wilians depois que foram detectados pagamentos ligados ao empresário Maurício Camisotti, considerado sócio oculto de uma entidade que se beneficiava do esquema fraudulento. Wilians prestava serviços jurídicos à Associação dos Membros Aposentados e Mutualistas de Benefícios Coletivos (AMBEC), que está entre as organizações investigadas por conceder descontos indevidos a aposentados e pensionistas.

Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 2019 e 2024 circularam cerca de R$ 4,3 bilhão em operações suspeitas. Deste total, o advogado teria recebido aproximadamente R$ 53,9 milhões das associações que aplicavam os descontos ilícitos.

  • Transferências regulares para contas ligadas a Maurício Camisotti.
  • Uso de seu escritório em Brasília como ponto de intermediação de recursos.
  • Busca e apreensão que encontrou obras de arte e esculturas no imóvel, reforçando o perfil de “advogado ostentador”.

A Polícia Federal já havia requerido a prisão preventiva de Wilians, alegando risco de obstrução das investigações e continuidade das atividades criminosas. O pedido foi rejeitado pelo ministro André Mendonça, do STF, mas a CPMI manteve a justificativa para a medida, destacando a gravidade do dano – bilhões de reais subtraídos de milhões de segurados.

O caso segue aberto, com a CPMI acompanhando de perto o desenrolar das apurações. Enquanto isso, o advogado permanece à disposição da justiça, mas sem firmar compromisso de transparência, o que mantém o clima de tensão entre legisladores, autoridades policiais e o público afetado pelas irregularidades.

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