Uma cena que lembra filme de desastre se tornou realidade na noite de 8 de agosto de 2025, quando um ônibus de turismo colidiu de frente com uma carreta no quilômetro 648 da BR-163, perto da comunidade de São Cristóvão, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso. No momento da batida, o ônibus pertencia à empresa Rio Novo e seguia rumo a Sinop; o choque foi tão violento que o veículo pegou fogo em poucos minutos. Segundo relatos de quem presenciou, os gritos, o calor das chamas e o cheiro de combustível queimado transformaram a rodovia num verdadeiro cenário de guerra.
Os estragos não pararam por aí: em questão de minutos, tudo ficou envolto em fumaça e destroços. O ônibus ficou irreconhecível, e socorristas tiveram muito trabalho para resgatar as vítimas entre ferragens e chamas. Quando as equipes profissionais chegaram, moradores da região já tentavam socorrer e tirar sobreviventes de dentro do ônibus em desespero.
Entre os 11 mortos no acidente havia nomes que representam diferentes histórias e sonhos interrompidos. A médica Laura Simone Garcia Corrêa Kolling, de 52 anos, estava entre as vítimas — um choque para pacientes e amigos que a conheciam pelo seu trabalho humano. O impacto atingiu ainda o jovem acadêmico Mateus Vicente Serafim, de 25 anos, além de servidores públicos e o próprio motorista do ônibus, Luis Augusto Araujo Santos, de 41 anos.
O trabalho de identificação acabou só no dia 10 de agosto: a polícia precisou recorrer a registros civis de outros estados para confirmar a identidade do último nome. Tudo isso só aumentou a ansiedade de famílias que aguardavam notícias em cidades diferentes do país.
Ao todo, 46 passageiros ficaram feridos: 12 em estado crítico, 26 moderadamente feridos e 8 com lesões leves. O motorista da carreta está entre os casos mais graves. Para socorrer todos, os hospitais regionais se mobilizaram e até helicópteros foram usados na transferência dos mais graves.
O trânsito na BR-163 parou de vez: mais de nove horas de bloqueio e um congestionamento de 15 quilômetros, principalmente de caminhões carregados com soja e milho, parados à espera de liberação. Muitos motoristas dormiram na rodovia, sem previsão de retomada.
A empresa Rio Novo se posicionou lamentando o que aconteceu e mandou equipes de apoio para conversar com os familiares das vítimas e ajudar nos hospitais. Investigações já estão rolando para descobrir o motivo da tragédia. Por enquanto, quem viveu essa noite difícil segue tentando se reerguer após uma perda tão súbita e brutal.