Quando Leonardo Roitman apareceu novamente nos telões, interpretado por Guilherme Magon, o público percebeu que a novela Vale TudoBrasil tinha decidido mexer fundo nas memórias dos telespectadores. O que antes era apenas um nome mencionado em diálogos de Beatriz Segall (Odete Roitman) em 1988, agora ganha corpo, agonia e um plano de extorsão elaborado por Samantha Jones (Ana Clara).
A novela original, escrita por Manoel Carlos, estreou em 1988 e se tornou marco da teledramaturgia brasileira. Odete Roitman, vivida por Beatriz Segall, era a vilã aristocrata que assassina o protagonista. Seu filho, Leonardo Roitman, nunca saiu da sombra: citado como morto em um acidente com a irmã gêmea Renata Sorrah (Heleninha), ele servia apenas para reforçar o drama da matriarca.
Quinze anos depois, Manuela Dias, a nova autora, recebeu a missão de reescrever a trama para 2025. Seu objetivo: transformar o mito do “filho desaparecido” num motor de suspense contemporâneo, usando a tecnologia de produção atual e explorando temas como cuidados intensivos, manipulação de famílias e poder econômico.
Na versão de 2025, Leonardo não está morto; ele está em estado vegetativo, mantido em segredo numa casa de campo pelos cuidados de Ana Clara. O ponto de virada acontece no episódio exibido em 3 de setembro, quando Débora Bloch (Odete Roitman) chega ao local, encontra o rapaz sem água nem comida e tem de acalmá‑lo durante uma crise.
A curiosidade aumenta porque Paolla Oliveira interpreta Heleninha, irmã gêmea ainda viva, que ao descobrir o segredo de seu irmão, decide confrontar a mãe. A trama cria um triângulo dramático impossível de ser ignorado: a mãe que mentiu, o filho que sobreviveu e a irmã que ousa revelar tudo.
Odete, sempre implacável, pagou uma família para guardar Leonardo como se fosse um tesouro proibido. O contrato, segundo o roteiro, incluía cláusulas de sigilo e multas exorbitantes, tudo registrado em um cofre que jamais foi aberto. A autora Manuela Dias revelou que a decisão de “fingir a morte” veio de um estudo sobre como famílias riquíssimas manipulam a verdade para proteger seus impérios.
“Odete não apenas protegeu seu nome; ela protegeu uma fortuna que poderia ser desmantelada se o filho aparecesse,” afirma Artur Oliveira, crítico de TV da Folha de S.Paulo.
Quando Heleninha finalmente encontra Leonardo num casebre ao lado de Ana Clara, a revelação se espalha como fogo de palha para a mansão: Celina, personagem de Malu Galli, recebe a notícia primeiro e tenta mediar a crise.
Ao vivo, os atores tiveram que improvisar reações intensas. “Eu não sabia que o Leonardo ia viver, então a emoção foi genuína,” confidencia Guilherme Magon. Já Débora Bloch declarou que a cena da crise do filho a fez reviver momentos de sua própria infância, trazendo mais humanidade à vilã.
Na redes sociais, hashtags como #LeonardoVivo e #SegredoRoitman ultrapassaram 2 milhões de menções em 24 horas, sinalizando que o público está dividido entre apoio ao drama e críticas à manipulação de personagens femininas.
Especialistas em mídia, como a professora de comunicação Mariana Ribeiro, analisam que a estratégia de reescrever um vilão clássico cria um efeito de “nostalgia + novidade”, mantendo a novela relevante para gerações mais jovens.
O retorno de Leonardo pode mudar o futuro da novela em dois sentidos: primeiro, ao abrir caminho para novas tramas de recuperação e vingança; segundo, ao colocar em foco o debate sobre cuidados de saúde e exploração de pessoas vulneráveis. Se o roteiro seguir adiante, espera‑se que Leonardo, ainda em estado vegetativo, seja alvo de um tratamento experimental que pode despertar suas funções cognitivas — um cliffhanger que promete manter a audiência grudada nos próximos episódios.
Além disso, o caso de Ana Clara, que se casou com Leonardo para extorquir a família, já gerou discussões sobre ética no ambiente doméstico e sobre a representação de mulheres manipuladoras na mídia.
Com a revelação programada para o próximo mês, a produção já sinalizou que o drama se intensificará, possivelmente culminando em um confronto final entre Odete (Débora Bloch) e sua prole. “É um ponto de ruptura que nunca foi visto antes na teledramaturgia brasileira,” diz Fernando Goulart, diretor de produção da Globo.
A volta de Leonardo transforma o conflito central da novela, passando de uma luta por poder empresarial para um drama familiar de segredo e culpa. Sua presença força Odete a enfrentar decisões antigas, gerando novas alianças e rivalidades que mudarão os rumos da história nos próximos capítulos.
Odete Roitman é vivida por Débora Bloch, Leonardo Roitman por Guilherme Magon, e Heleninha por Paolla Oliveira. A cuidadora e esposa forçada, Ana Clara, é interpretada por Samantha Jones.
Em 1988, Leonardo só era mencionado como morto em um acidente de carro com sua irmã Heleninha, nunca aparecendo em cena. Em 2025, ele sobrevive ao acidente, fica em estado vegetativo e é mantido em segredo pela mãe, gerando uma trama de manipulação e extorsão.
Manuela Dias explicou que queria aprofundar a psicologia da matriarca, mostrando como o medo de perder poder pode levar a decisões extremas, além de trazer à tona discussões atuais sobre cuidados de saúde e abuso de poder familiar.
Especialistas acreditam que a novela seguirá com a descoberta de um tratamento experimental para Leonardo, levando a um possível despertar cognitivo, enquanto Odete enfrentará um julgamento interno que pode culminar em sua queda definitiva.
jefferson moreira
É impressionante como a novela decidiu trazer de volta um personagem que foi só uma sombra por décadas. A escolha de colocar Leonardo em estado vegetativo mexe com a sensibilidade do público, que já conhece a história da família Roitman. Acho que essa abordagem abre espaço para discussões sobre cuidados de saúde e abuso de poder familiar. Além disso, dá ao roteiro a chance de explorar mais a psicologia da matriarca.
Rodrigo Sampaio
Cara, esse plot twist tá voando alto! O suspense de descobrir que o garoto tá vivo, mas preso num quarto escuro, dá um boost de adrenalina que a novela precisava. Os roteiristas realmente sacaram a vibe dos telespectadores modernos, misturando drama clássico com tecnologia de produção top. #ValeTudo2025 tá bombando!
Bruna Matos
Quando a gente pensa que já viu de tudo na teledramaturgia brasileira, aparecer Leonardo Roitman vivo bate o martelo da surpresa. A decisão da Manuela Dias de transformar um filho desaparecido em um prisioneiro vegetativo é, no mínimo, ousada. Mas ousadia não quer dizer falta de respeito à memória da obra original, que construiu a odiada Odete como símbolo de poder implacável. Colocar a filha de Odete, a Samantha Jones, como cúmplice de extorsão só reforça o estereótipo da mulher manipuladora que a crítica social sempre apontou. Sem contar que a trama ainda tenta humanizar a vilã, dando-lhe um momento de vulnerabilidade ao cuidar do filho em estado grave. Esse contraste gera uma carga dramática que pode puxar a audiência para o lado de quem quer ver justiça poética. Por outro lado, os fãs mais puristas sentem que a história está sendo deturpada para agradar a geração Z, que adora cliffhangers e tratamentos experimentais. É impossível ignorar que o uso de termos como 'cliffhanger' e 'treatment experimental' revela uma infiltração do marketing de séries de streaming na novela tradicional. A repercussão nas redes sociais comprova que o público está dividido entre admirar a inovação e lamentar a traição ao clássico. Os hashtags #LeonardoVivo e #SegredoRoitman cresceram como fogo de palha, mas também como sinal de que a novela ainda tem força cultural. Não podemos esquecer que a escolha de colocar Leonardo em estado vegetativo abre espaço para discutir questões de bioética, que são extremamente relevantes nos dias de hoje. A proposta de um tratamento experimental que poderia despertar sua consciência é um convite ao debate sobre os limites da ciência na ficção. E, claro, não dá para deixar de mencionar que a atuação de Guilherme Magon traz uma camada de melancolia que eleva a cena à quase poesia. A presença de Débora Bloch, que revê sua infância ao encarar o filho, cria um contraste emocional que poderia render ótimos debates na academia de comunicação. Em suma, a novela está jogando um jogo arriscado, mas que pode render uma nova era de narrativas televisivas, contanto que não esqueça suas raízes.
Fred docearquitetura
Concordo que a trama tem potencial de provocar discussões profundas, porém acho que o roteiro ainda falha ao simplificar o dilema bioético em um mero recurso de suspense.
Maysa Horita
É verdade que o suspense prende, mas seria legal ver o lado dos cuidadores, que muitas vezes são esquecidos nas histórias de poder.
Raphael Dorneles
Acho que a novela ainda tem espaço para desenvolver a relação entre Odete e Leonardo de forma mais sensível, trazendo empatia sem perder a tensão.
Brasol Branding
Esse cliffhanger vai manter todo mundo grudado na tela.
Fábio Neves
Enquanto todo mundo vibra, não podemos ignorar que a Globo pode estar usando esse suspense para inflar a audiência antes da temporada baixa.
Raphael D'Antona
Talvez seja só mais uma jogada de marketing, mas o público ainda tem que decidir se curte ou não.
Eduardo Chagas
É fácil criticar a estratégia, mas quem realmente importa são as vidas fictícias que sofrem nas mãos de roteiristas famintos por views.
Mário Eduardo
A questão filosófica aqui é se o sofrimento de um personagem pode ser instrumentado para vender mais anúncios, e a resposta talvez seja um triste sim.
Thaty Dantas
Se a novela passa a ética em troca de audiência, qual é o limite que ainda podemos aceitar?
Davi Silva
Do ponto de vista técnico, a iluminação no quarto onde Leonardo está é impecável; a sombra projeta uma sensação de confinamento que amplifica a tensão da cena.
Leonardo Teixeira
Não basta só a estética, o roteiro ainda precisa dar uma justificativa lógica para o estado vegetativo, senão parece só efeito visual 😒.
Marcelo Paulo Noguchi
Em síntese, a produção demonstra sinergia entre inovação narrativa e respectiva fidelização de público, configurando um modelo de sucesso sustentável.
Leilane Tiburcio
É ótimo ver essa visão otimista, embora seja importante monitorar se a trama não se perde em complexidade excessiva.