FC Porto é eliminado da Taça da Liga após derrota por 1-3 contra Vitória SC

Postado 5 dez by Claudia França 0 Comentários

FC Porto é eliminado da Taça da Liga após derrota por 1-3 contra Vitória SC

O FC Porto viu o sonho da Taça da Liga se desvanecer na noite de quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, quando foi derrotado por 1-3 pelo Vitória SC no Estádio do Dragão, em Porto. A derrota, inesperada para muitos, não apenas elimina os dragões da competição — já nos quartos de final — como expõe fragilidades que vão muito além de um único jogo. O técnico italiano Francesco Farioli, que antes do embate elogiou a Gala Dragões de Ouro como um momento de conexão emocional com a história do clube, agora enfrenta um novo desafio: reconstruir a confiança de uma torcida que, mesmo na derrota, não deixou de aplaudir.

A antevisão e os dilemas da escalação

Na conferência de imprensa de quarta-feira, 3 de dezembro, no Centro de Treinos e Formação Desportiva Jorge Costa, Farioli foi claro: o time estava cansado. Ainda assim, insistiu que a ambição era "fazer o melhor possível". Confirmou a recuperação total de Alan Varela, mas deixou em dúvida o uso de Luuk de Jong, lesionado, e a situação de Deniz Gül, que ainda não estava 100%. A maior incerteza, porém, era na baliza. "Temos três guarda-redes experientes — João Costa, Cláudio Ramos e Diogo Costa — e todos merecem. Só há um lugar", disse ele, em tom quase melancólico. A decisão final caiu sobre Diogo Costa, que entrou em campo com a pressão de quem sabe que erros não são perdoados em Porto.

A Gala Dragões de Ouro e o fantasma de Jorge Costa

Antes de tudo, o clube celebrou sua alma. Na noite anterior ao jogo, a Gala Dragões de Ouro homenageou figuras que marcaram a história do clube: Jorge Costa, o capitão de uma era, Pinto da Costa, o presidente que virou lenda, e Diogo Jota, o jovem que saiu do Porto e se tornou estrela na Premier League. O evento, descrito por Farioli como "único", não foi apenas um ritual. Foi um lembrete de que o FC Porto não é só um time — é memória, é identidade. "É o amor pelo clube que nos move", disse ele, com os olhos brilhando. André Villas-Boas, presente na plateia, havia dito na ocasião: "Sonhei com este Porto campeão. E Farioli tem o que é preciso para isso." Mas o sonho, naquela noite, parecia mais distante do que nunca.

A partida: erros, penáltis e um gol que não voltou

O FC Porto começou com confiança, mas a pressão do Vitória SC foi implacável. João Mendes, que entrou no segundo tempo, tentou reagir, mas a defesa, desorganizada, sofreu com os contra-ataques. O primeiro gol vitoriano veio aos 22 minutos, de Diogo Gonçalves, em cobrança de falta. O segundo, aos 41, após falha de Óscar Rivas em marcação. O Porto empatou aos 58 minutos, com Matija, mas o terceiro gol dos visitantes, aos 76, por André Pinto, foi o golpe de misericórdia. O árbitro António Nobre negou um penálti claro contra o Vitória no segundo tempo — o segundo em dois jogos consecutivos que prejudicaram o Porto. "Já perdemos dois jogos e ambos tivemos penáltis contra nós. É a realidade", lamentou Farioli depois.

A reação: aplausos, não críticas

O que mais impressionou foi a reação da torcida. Não houve vaias. Não houve xingamentos. Aos 90 minutos, quando o apito final soou, o Estádio do Dragão se levantou. Aos gritos de "Porto, Porto!" e "Farioli, Farioli!", os adeptos aplaudiram o time até o fim. "O apoio dos adeptos após o apito final foi a resposta para tudo", disse Farioli, com a voz embargada. "Eles nos deram o impulso que precisávamos. Agora, temos de provar que vamos ter a reação certa."

O que vem a seguir: Tondela e a urgência de recomeçar

Na sexta-feira, 5 de dezembro, o elenco principal retornou aos treinos no CTFD Jorge Costa. O foco já estava em outro jogo: o confronto contra o Tondela, marcado para domingo, 7 de dezembro de 2025, às 20h30, na Estádio do Dragão. "Precisamos virar a página rapidamente", afirmou Farioli. "A Taça da Liga acabou. Mas a I Liga ainda está em jogo. E não podemos perder mais pontos." O Vitória SC, por sua vez, avançou para a final four, onde enfrentará o Sporting em meia-final. A outra vaga será decidida entre Benfica e Sp. Braga, com a final marcada para início de janeiro de 2026.

Um time em transição

O FC Porto vive um momento de transição. O elenco está envelhecendo em alguns setores, e as lesões — de Luuk de Jong a Nehuén Pérez — revelam falta de profundidade. A saída de jogadores-chave como Diogo Jota e Álvaro Odriozola deixou lacunas que ainda não foram preenchidas. Farioli, que chegou com promessas de modernização, agora precisa provar que sabe construir uma equipe não só técnica, mas emocionalmente forte. A derrota contra o Vitória não foi só um resultado ruim. Foi um espelho.

Frequently Asked Questions

Por que a derrota contra o Vitória SC foi tão decisiva para o FC Porto?

A derrota eliminou o FC Porto da Taça da Liga, uma competição que o clube venceu em 2023 e que era vista como um possível caminho para recuperar confiança após uma temporada irregular na I Liga. Além disso, a forma como o jogo foi perdido — com erros defensivos e falta de eficácia ofensiva — expôs fragilidades que podem afetar o desempenho nos próximos jogos, especialmente contra rivais diretos como o Benfica e o Sporting.

Quais jogadores estão lesionados e como isso afeta o planejamento de Farioli?

Luuk de Jong e Nehuén Pérez seguem em tratamento de lesões, enquanto Gabri Veiga ainda apresenta preocupações após o episódio contra o Vitória. Com apenas 14 jogadores titulares disponíveis para o jogo contra o Tondela, Farioli será forçado a confiar em jogadores da base, como João Teixeira e Trafim Melnichenka, o que pode comprometer a qualidade técnica do time e aumentar o risco de novas lesões.

Por que a Gala Dragões de Ouro foi tão importante nesse momento?

A homenagem a Jorge Costa, Pinto da Costa e Diogo Jota serviu como um lembrete da identidade do clube em um momento de crise. Em meio à pressão por resultados, o evento reforçou o vínculo emocional entre os jogadores e a torcida, mostrando que o FC Porto vai além de vitórias e derrotas. Para Farioli, foi um sinal de que a cultura do clube pode ser um pilar para superar dificuldades técnicas.

Qual é o próximo desafio para o FC Porto após esta eliminação?

O próximo jogo é contra o Tondela, na I Liga, no domingo, 7 de dezembro de 2025. Uma vitória é essencial para manter o Porto entre os quatro primeiros e garantir vaga na Liga dos Campeões. Além disso, a equipe precisa demonstrar resiliência — não apenas técnica, mas mental — para evitar que a derrota na Taça da Liga se torne um reflexo de uma crise mais profunda.

O apoio dos adeptos pode realmente mudar o rumo da equipe?

Sim. Em momentos de crise, o apoio incondicional da torcida é um dos poucos fatores que não podem ser comprados. O aplauso unânime após o apito final contra o Vitória foi um sinal claro de que a base do clube ainda está intacta. Jogadores como Diogo Costa e Matija já mencionaram em entrevistas que esse tipo de suporte é o que os motiva a continuar, mesmo quando os resultados não aparecem.

O que Farioli precisa fazer para recuperar a confiança da diretoria e da torcida?

Precisa mostrar que sabe adaptar o jogo às limitações do elenco, investir na formação da base e tomar decisões corajosas — como dar espaço a jovens como João Teixeira. Além disso, precisa ser mais claro na comunicação: os jogadores precisam entender o que se espera deles, e os torcedores precisam sentir que há um plano, mesmo em tempos difíceis.

Escreva um comentário