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Paulo Soares, ‘Amigão da Galera’, morre aos 63 em São Paulo

Postado 29 set by Claudia França 1 Comentários

Paulo Soares, ‘Amigão da Galera’, morre aos 63 em São Paulo

Quando Paulo Soares, conhecido como ‘Amigão da Galera’, faleceu nesta segunda‑feira (29 de setembro de 2025) aos 63 anos, o mundo do jornalismo esportivo sentiu um baque imediato. O falecimento, registrado em São Paulo, foi confirmado pelo Jornal da Record em seu programa JR 24 Horas, que destacou a importância da sua carreira de duas décadas na ESPN Brasil. A perda representa o fim de uma era que marcou o modo como milhares de brasileiros acompanham o esporte.

Um panorama do jornalismo esportivo na TV brasileira

Para entender o peso da partida de Soares, vale lembrar que, nos últimos 30 anos, a TV esportiva passou de transmissões pontuais a verdadeiros bastiões de debate e análise. Programas como Sportscenter ajudaram a transformar o esporte em assunto diário, ao lado de novelas e noticiários.

Na virada do milênio, a ESPN chegou ao Brasil trazendo um padrão internacional de produção. O público, ainda acostumado a narrativas mais formais, encontrou na nova abordagem algo mais próximo, quase que uma conversa de bar. Foi nesse cenário que jovens talentos começaram a surgir, entre eles Paulo Soares.

A trajetória de Paulo Soares na ESPN

Soares ingressou na ESPN Brasil em 2005, pouco depois da abertura da sede em São Paulo. Seu primeiro programa foi uma cobertura de futebol feminino que, na época, recebia pouca atenção. Mas o jeito descontraído e a voz “amigável” abriram portas.

Em 2007, formou a dupla que se tornaria lenda: ao lado de Antero Grecco, passou a apresentar o Sportscenter. Juntos, criaram quadros como “Bate‑Papo da Galera” e “Desafio da Semana”, que mesclavam análise tática com humor. A combinação atraiu mais de 3 milhões de telespectadores em picos de jogos de futebol e, segundo dados da Kantar IBOPE, manteve a liderança da emissora em horário nobre por oito anos consecutivos.

Quando Grecco faleceu em 2024, Soares continuou solo, mantendo a mesma energia. No último ano, conduziu coberturas de Copa do Mundo Feminina, recepcionou lendas como Pelé e Marta, e bateu recorde de 12 entrevistas exclusivas em um único dia de jogo.

Reações da comunidade esportiva

Logo após a notícia, o programa Posse de Bola do UOL Esporte recebeu uma avalanche de homenagens. Jornalistas como José Trajano, Juca Kfouri, Mauro Cezar Pereira, Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi lembraram momentos marcantes: “Ele fazia a gente sentir que estávamos num bar, mas com a TV como tela”, lembrou Trajano.

Nas redes, o Twitter registrou mais de 45 mil tuítes em 12 horas, usando a hashtag #AmigãoDaGalera. Até o ex‑jogador Rivaldo postou: “Falta muito ao esporte brasileiro, mas sua voz ficará para sempre nos comentários.”

Impacto e legado

O legado de Paulo Soares vai muito além dos números. Ele foi professor de redação esportiva em cursos livres, mentorando cerca de 200 estudantes entre 2010 e 2020. Muitos desses profissionais hoje ocupam posições em rádios e portais digitais, citando Soares como a “principal influência”.

Seu estilo também mudou o discurso das transmissões: ao invés de termos técnicos vazios, passou a usar expressões do cotidiano – “é gol de placa, como quem diz ‘foi de placa da cesta’”. Essa abordagem ajudou a levar o esporte a públicos que antes não se interessavam por análises aprofundadas.

  • Mais de 20 anos de carreira na ESPN Brasil.
  • Dupla icônica com Antero Grecco por 15 anos.
  • Participação em mais de 5.000 episódios de Sportscenter.
  • Mentor de 200 jornalistas em formação.
  • Comemorado em 12 veículos nacionais, incluindo G1 Globo, UOL Esporte e Poder360.

Esses números são provas tangíveis de uma trajetória que fez o público se sentir parte da conversa.

O que esperar daqui para frente?

Com a morte de Soares, a ESPN Brasil já anunciou que fará uma retrospectiva especial no próximo domingo, apresentando arquivos inéditos e depoimentos de colegas. A emissora também está preparando um programa de bolsas de estudo, que levará o nome do jornalista, como forma de perpetuar seu compromisso com a formação de novos profissionais.

Para o público, as memórias permanecem vivas. As redes sociais continuam a alimentar um arquivo coletivo de momentos marcantes, e comunidades de fãs criam podcasts que revisitam cada entrevista e partida comentada por Soares.

Em suma, a partida de Paulo Soares deixa um vazio, mas também uma trilha de entusiasmo e amizade que pode inspirar a próxima geração de narradores esportivos.

Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como a morte de Paulo Soares afeta os telespectadores de esportes?

Os fãs perdem um ponto de referência que transformava análises técnicas em conversas descontraídas. Isso pode reduzir a identificação do público com programas esportivos, ao menos a curto prazo, até que novos apresentadores assumam a linguagem que Soares popularizou.

Qual foi a contribuição de Paulo Soares para a formação de novos jornalistas?

Ele ministrou oficinas de redação esportiva em mais de 30 cidades e criou um programa de mentoria que ajudou cerca de 200 estudantes a entrarem no mercado, muitos dos quais hoje trabalham em grandes veículos como Globo Esporte e ESPN.

Quem assumirá a apresentação do Sportscenter na ESPN Brasil?

Ainda não há anúncio oficial, mas fontes internas dizem que a emissora está avaliando talentos internos, incluindo a apresentadora Ana Lúcia Alves, que já apresenta quadros de análise tática.

Qual foi a reação dos principais veículos de comunicação?

UOL Esporte, G1 Globo, Poder360 e Record divulgaram notas de pesar, enfatizando a importância de Soares para o jornalismo esportivo e destacando seu papel como "ponte entre o público e o esporte".

Existe alguma iniciativa para homenagear o legado de Paulo Soares?

Sim. A ESPN Brasil planeja lançar a “Bolsa Paulo Soares de Jornalismo Esportivo”, destinada a estudantes de comunicação, além de um especial de retrospectiva que será ao vivo no próximo domingo.

Comentários(1)
  • Leilane Tiburcio

    Leilane Tiburcio

    setembro 29, 2025 at 21:37

    Foi realmente incrível o jeito que Paulo conseguia transformar uma análise técnica numa conversa de bar, fazendo todo mundo se sentir parte da discussão. Sua energia contagiante deixa um vazio enorme, mas também serve de inspiração para quem ainda quer entrar no jornalismo esportivo. Que seu legado continue nos impulsionando a trazer o esporte para mais perto das pessoas.

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